Num sábado, ao voltar de São Lourenço
Trouxe eu, comigo, uma bagagem vasta
Três malas, garrafões e aquele lenço
Que a gente usa quando um trem se afasta
Cada dia que passa eu me convenço
Que a saudade é ventura que se gasta
Nesse ambiente de prazer imenso
Que o Destino prepara e nos arrasta
Voltei de São Lourenço, nesse caso
Meu coração tem de pagar sem prazo
Os juros da ventura consumida
As dívidas são sempre desumanas!
Venturas que nos duram três semanas
Descontam-se em saudades toda a vida!